Timb: nova versão do Gefitinibe para o tratamento do câncer de pulmão

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O Laboratório Eurofarma acaba de lançar o Timb: sua versão para o medicamento Gefitinibe, utilizado no tratamento de pacientes diagnosticados com câncer de pulmão de não-pequenas células (CPNPC), oferecendo um caminho promissor no combate a essa forma agressiva de câncer. Descubra neste artigo tudo sobre o Timb, desde suas indicações até os benefícios associados ao tratamento. Para profissionais da saúde, adicionamos informações e referências que podem auxiliar na escolha da medicação.

Indicações e Utilização do Timb (Gefitinibe)

Gefitinibe é um medicamento inovador indicado para o tratamento de pacientes com CPNPC localmente avançado ou metastático, que apresentam mutações de ativação do receptor de fator de crescimento epidérmico tirosina quinase (EGFR). Esta abordagem direcionada visa especificamente os casos em que a presença dessas mutações torna o tumor mais suscetível ao tratamento com Gefitinibe.

Câncer de Pulmão de Não-Pequenas Células (CPNPC): Uma Perspectiva Detalhada

O câncer de pulmão de não-pequenas células (CPNPC) é uma forma predominante de câncer pulmonar, compreendendo a maioria dos diagnósticos nessa categoria. Ao contrário do câncer de pulmão de pequenas células, o CPNPC se caracteriza por um crescimento mais lento e tende a se disseminar mais gradualmente. Essa forma de câncer é frequentemente diagnosticada em estágios avançados, quando as opções de tratamento podem ser mais desafiadoras.

As mutações no receptor de fator de crescimento epidérmico tirosina quinase (EGFR) são uma característica distintiva em alguns casos de CPNPC. Essas mutações desempenham um papel crucial no impulso do crescimento celular descontrolado, uma característica fundamental do câncer. É nesse cenário que o Gefitinibe emerge como uma terapia inovadora, mirando diretamente essas mutações para conter o avanço do CPNPC.

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Benefícios do Tratamento com Timb (Gefitinibe) no CPNPC

Ao focar nas mutações de EGFR, o Timb (Gefitinibe) interrompe a cascata de eventos que impulsionam o crescimento desordenado das células cancerígenas no pulmão. Isso não apenas oferece uma abordagem mais eficaz, mas também reduz os efeitos colaterais associados a tratamentos mais amplos e generalizados.

Além disso, o Timb/Gefitinibe representa uma nova era na terapia direcionada para o CPNPC, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os pacientes e prolongando a sobrevida em comparação com opções de tratamento convencionais.

Infográfico da jornada do paciente com câncer de pulmão

Baixe em alta resolução: AF_FLUXO PACIENTE GEFITINIBE_OUT23_Medicom

Qual o preço do Timb (Gefitinibe)?

Você encontra o Timb (Gefitinibe) 250mg, caixa com 30 comprimidos revestidos na Farmácia Medicom com o preço de R$ 2.845.00. (valor consultado em dezembro de 2023).

Efeitos colaterais do Gefitinibe

  • diarreia
  • alterações na pele
  • anorexia leve ou moderada
  • astenia (perda ou diminuição da força física)
  • outras

Para saber mais sobre o Timb, entre em contato com a equipe da Farmácia Medicom, de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h, pelos seguintes canais:

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Informações para profissionais da saúde

Advertências e Precauções

Ao considerar Timb/gefitinibe como tratamento de primeira linha, avaliar a mutação de EGFR do tecido tumoral para todos os pacientes; se o paciente apresentar piora dos sintomas respiratórios como dispneia, tosse e febre, o tratamento deve ser interrompido e uma investigação para DIP deve ser iniciada; anormalidades de testes da função hepática; uso concomitante com indutores do CYP3A4 pode reduzir a eficácia; elevações do INR e/ou eventos de sangramento foram relatados em alguns pacientes em uso de varfarina; substâncias que causam elevações prolongadas significativas do pH gástrico podem reduzir as concentrações plasmáticas do gefitinibe; diarreia grave ou persistente; náusea; vômito ou anorexia; sinais e sintomas sugestivos de ceratite aguda ou grave; ceratite ulcerativa; perfuração gastrintestinal; insuficiência hepática moderada a grave; lactação. Categoria D de risco na gravidez. Contém lactose.

Foi relatada astenia durante o tratamento com getifinibe e os pacientes que apresentam esses sintomas devem ter cautela ao dirigir veiculos ou operar maquinas.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: INIBIDORES da CYP3A4 (cetoconazol, voriconazol, claritromicina, outros); inibidores da CYP2D6; fenitoína; carbamazepina; barbitúricos; varfarina; vinorelbina; outros.

REAÇÕES ADVERSAS: diarreia; alterações na pele; anorexia leve ou moderada; astenia; outras.

POSOLOGIA: 1 comprimido (250 mg)/VO/dia de preferência no mesmo horário todos os dias. PARA INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES, CONSULTE A BULA

Mecanismo de ação e manejo de toxicidades cutâneas relacionadas ao uso de gefitinibe

Elaborado por: Dr. Caio Niela Souza de Jesus
* Graduado em Farmácia pela Universidade do Estado da Bahia;
* Especialista em Farmacoterapia e Interações Medicamentosas na Farmácia Clínica;
* Atuou como Presidente do Grupo Técnico de Oncologia do CRF-BA no ano de 2022;
* Farmacêutico em Oncologia em uma clínica privada, localizada em Salvador-BA.

1. Mecanismo de ação e indicação

O Timb/gefitinibe é um inibidor de tirosina quinase (TKI) indicado para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células localmente avançado ou metastático, que apresentam mutações de ativação no receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR).

2. Fisiopatologia das reações adversas cutâneas

O receptor do fator de crescimento epidermal (EGFR) possui múltiplos efeitos na fisiologia da pele, incluindo estimulação do crescimento epidérmico, inibição da diferenciação e aceleração da cicatrização de feridas. A inibição da atividade do EGFR leva a uma cascata de eventos celulares que resulta em diversos eventos adversos cutâneos, incluindo erupção cutânea, pele seca, prurido e inflamação dos tecidos ungueais e periungueais.

3. Prevenção e manejo de reações adversas cutâneas

As reações adversas cutâneas são as mais comuns com o uso de inibidores de tirosina quinase do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR-TKI). O manejo ideal dos eventos adversos é baseado na profilaxia, que inclui intervenções preventivas para as toxicidades que ocorrem com maior frequência. Além disso, o monitoramento rigoroso dos pacientes, a avaliação de fatores de risco, detecção precoce, classificação da gravidade e intervenção precoce são fundamentais para o sucesso no manejo das reações adversas.

Para reduzir o risco de eventos adversos cutâneos, os pacientes devem ser aconselhados a promoverem hidratação contínua da pele e protegê-la da exposição excessiva ao sol. A educação do paciente é um elemento importante no manejo das reações adversas relacionadas ao uso do gefitinibe. O médico e o farmacêutico devem instruir o paciente sobre as formas de prevenção e manejo dos principais eventos adversos associados ao uso deste medicamento.

3.1. Toxicidades cutâneas

3.1.1. Paroníquia

A paroníquia é caracterizada por inflamação sensível, edematosa e muitas vezes purulenta da dobra ungueal. As unhas das mãos e dos pés podem ser afetadas. A morbidade é elevada, podendo acarretar em dor, limitação funcional e comprometimento das atividades da vida diária. Não existem tratamentos aprovados para alterações ungueais associadas aos EGFR-TKI, pois não houve estudos randomizados e controlados avaliando terapias para paroníquia. As recomendações baseiam-se na opinião de especialistas.

Tabela de estratégia de prevenção e manejo de paroníquia

3.1.2. Erupção cutânea acneiforme

Uma série de medidas preventivas podem ser tomadas para reduzir o risco de erupção cutânea acneiforme induzida pelos EGFR-TKI.

Os pacientes devem ser instruídos a utilizarem cremes emolientes sem álcool ou perfume, 2 vezes ao dia. Protetor solar deve ser aplicado em áreas expostas ao sol, 2 vezes ao dia, para evitar queimaduras ou exposição excessiva ao sol, que podem piorar os sintomas de erupção cutânea. Banhos muito quentes e produtos que ressecam a pele devem ser evitados.

algoritimo de tratamento para erupção cutânea acneiforme

3.1.3. Prurido e xerose

Prurido

O prurido ocorre em quase metade dos pacientes tratados com EGFR-TKI e, embora raramente requeira redução de dose ou descontinuação da terapia medicamentosa, pode ter um impacto na qualidade de vida do paciente. É importante observar que a ocorrência de prurido geralmente acompanha erupção cutânea acneiforme no início; portanto, é importante enfatizar que o tratamento da erupção cutânea acneiforme subjacente também pode aliviar os sintomas pruriginosos.

Xerose

A diferenciação anormal de queratinócitos devido ao uso de EGFR-TKI leva à deterioração do estrato córneo e consequente diminuição da produção de loricrina, que é a principal proteína que mantém unida a estrutura da epiderme. Este processo resulta na formação de um tecido que não consegue preservar a umidade, resultando em xerose. À xerose normalmente tem um início mais tardio (cerca de 30 a GO dias) com o uso de EGFR-TKI e geralmente acompanha ou sucede a erupção cutânea acneiforme.

manejo de prurido e/ou xerose em pacientes tratados com egfr-tki

Interações medicamentosas

A interação medicamentosa (IM) é definida como a interferência na ação farmacológica de determinado medicamento, originada a partir da administração prévia ou concomitante de outro medicamento, alimento, planta medicinal ou agente químico-ambiental.

As IM podem causar potencialização do efeito terapêutico, redução da eficácia, aparecimento de reações adversas ou não ocasionar nenhuma modificação no efeito desejado do medicamento.

As IM podem ser classificadas de diferentes maneiras. Algumas das classificações mais comuns são:

  • Interação farmacêutica: também conhecida como incompatibilidade medicamentosa ou físico-química, ocorre “in vitro”, antes da administração do fármaco no organismo.
  • Farmacocinética: quando um agente afeta a absorção, distribuição metabolismo ou eliminação de um medicamento no organismo. Tal fato pode promover alterações na concentração plasmática do medicamento afetado, podendo, consequentemente, interferir na eficácia e segurança do medicamento.
  • Farmacodinâmica: são aquelas em que os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco em seu local de ação, podendo agir de forma sinérgica/aditiva ou antagônica.

Gefitinibe: principais interações medicamentosas

Assim como outros inibidores de tirosina quinase, o Timb/gefitinibe é metabolizado pelas isoenzimas do citocromo P450 (CYP), que desempenham um papel essencial no metabolismo de drogas. O metabolismo do gefitinibe ocorre, principalmente, através da CYP3A4 e, em menor proporção, através da CYP2D6.º A CYPS3A4 também participa do metabolismo de quase todos os TKls. Por esta razão, é provável que outra droga usada concomitantemente com um TKI afete o metabolismo do TKI sobre a isoenzima CYPSA4.

Outro fator que modifica o efeito do TKI é a absorção gastrointestinal da droga. Embora existam múltiplos fatores, o principal determinante da absorção dos TKI é sua solubilidade, que depende do pH.º Os TKIs são substâncias com caráter básico fraco e, portanto, mais solúveis em um ambiente ácido. O pH intragástrico elevado, secundário ao uso de inibidores de bomba de prótons (IBP’s), antihistamínicos H2 ou antiácidos, pode causar diminuição crítica na biodisponibilidade de TKI, devido à diminuição da solubilidade e absorção. As drogas supressoras de ácido são amplamente utilizadas em pacientes com câncer e são de grande importância no que diz respeito ao potencial de IM com TKI.

A idade avançada também é um fator a ser levado em consideração, pois aumenta o risco de câncer e também resulta em ocorrências frequentes de outras comorbidades. A maior frequência de comorbidades, normalmente está atrelada à administração de um maior número de medicamentos, o que, por sua vez, incrementa risco acentuado de IM. O tratamento oncológico também requer, em diversos casos, o manejo sintomático relacionado à doença ou o manejo de toxicidades associadas ao tratamento antineoplásico. Tais fatores contribuem, de maneira considerável, para um maior risco de IM.

principais interações medicamentosas do Timb/Gefitinibe

Prevenção e identificação de interações medicamentosas

A atuação conjunta entre o médico e o farmacêutico na prevenção de IM é essencial para garantir a segurança e a eficácia do tratamento. No quadro abaixo, seguem algumas atividades que podem contribuir na prevenção e identificação de IM:

estratégias de prevenção e identificação de interações medicamentosas

Protocolos Quimioterápicos Comuns para CPNPC:

1) Quimioterapia de primeira linha para CPNPC metastático:

Combinações de platina (como cisplatina ou carboplatina) com agentes como pemetrexede, docetaxel, paclitaxel ou gemcitabina.

2) Imunoterapia:

Inibidores de checkpoint imunológico, como pembrolizumabe (de nome comercial Keytruda: saiba mais aqui), nivolumabe ou atezolizumabe, podem ser utilizados em pacientes com expressão de PD-L1 e progressão da doença após quimioterapia.

3) Terapia-Alvo:

Pacientes com mutações ativadoras do EGFR, rearranjos do ALK ou outras mutações podem ser tratados com inibidores específicos, como erlotinibe, gefitinibe ou crizotinibe.

Protocolos Quimioterápicos Comuns para CPPC:

1) Quimioterapia para CPPC limitado:

Etoposídeo e cisplatina ou carboplatina combinados com radioterapia torácica.

2) Quimioterapia para CPPC extenso:

Etoposídeo e cisplatina ou carboplatina, ou combinações alternativas, como irinotecano e cisplatina.

3) Imunoterapia:

Imunoterapia, como atezolizumabe, pode ser considerada para casos de CPPC extenso.

Consideração de Terapias Combinadas:

Avaliação se uma terapia combinada (por exemplo, terapia-alvo + imunoterapia) pode ser benéfica com base nas características do paciente e das mutações.

 

Para mais informações, consulte a equipe da Farmácia Medicom.

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FONTES:

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