Pacientes com leucemia sofrem com falta de medicamento no Rio Grande do Sul e no Brasil. Problema é registrado desde dezembro do ano passado e não há previsão de novos envios por parte do Ministério da Saúde.
O fim do estoque e a incerteza da chegada de novos lotes do medicamento Mesilato de Imatinibe preocupa pacientes do Rio Grande do Sul. Este tipo de remédio é utilizado para tratamento da leucemia mieloide crônica (LMC), um tipo de câncer que envolve as células mieloides da medula óssea.
Também em Minas Gerais, pacientes constatam a falta de medicamento há mais de um mês em Belo Horizonte. Uma caixa do mesilato de imatinibe, com 30 comprimidos, custa cerca de R$ 1 mil e, pelo valor, muitos pacientes interrompem o tratamento contra a doença.
A compra do medicamento é de responsabilidade do Ministério da Saúde, que deve realizar o envio mensalmente aos Estados para distribuição aos hospitais que atendem via Sistema Único de Saúde (SUS). Pacientes e instituições, no entanto, relatam a falta da medicação desde dezembro de 2021.
A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e a Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea (SBTMO) publicaram nota conjunta para tornar pública o desabastecimento do medicamento Mesilato de Imatinibe, indicado para pacientes de Leucemia Mieloide Crônica (LMC). De acordo com as entidades, o fármaco está em falta em todo o território nacional. O Instituto Nacional do Câncer estima que este ano sejam diagnosticados quase 12 mil casos novos de leucemia, sendo 15% deles de LMC.
Com a utilização dos ITKs, inibidores de tirosina quinase, na qual o imatinibe faz parte, e é o principal medicamento utilizado como primeira linha, a gente sabe que mudou muito o tratamento desses pacientes. Transformou uma doença que era mais grave, com o prognóstico mais reservado, em uma doença controlável na maioria das vezes, crônica, e que tem uma expectativa de vida semelhante a pacientes sem doença, na mesma idade na população em geral.
Leia, na íntegra, a nota da Secretaria Estadual da Saúde do RS:
“No âmbito do SUS, os tratamentos de oncologia acontecem através de serviços hospitalares CACON’s (Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia) e UNACON’s (Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia), serviços hospitalares. A inclusão dos pacientes vincula-se aos critérios estabelecidos em Protocolos Clínicos do Ministério da Saúde. Atualmente, os medicamentos oncológicos cuja compra está centralizada pela União são trastuzumabe-150mg, pertuzumabe 420 mg, rituximabe-100mg e 500 mg, dasatinibe-20mg, nilotinibe-200mg, imatinibe-100mg e 400mg. A União faz a aquisição dos medicamentos e repassa ao Estado que distribui aos CACONS/UNACONS, mensalmente.
Os Protocolos Clínicos trazem, dentre outras, informações sobre os fármacos e o esquema de administração. O cadastro dos usuários é feito através de CACON/UNACON à SES/RS através de sistema informatizado. O Estado avalia e aprova as solicitações também via sistema informatizado e encaminha a programação trimestral ao Ministério da Saúde. Para melhor entendimento segue extrato da Portaria de Consolidação GM/MS nº 02/2017 onde consta o cronograma fixo da programação de medicamentos, seguido pelo estado, enviado ao MS. Na programação ao MS é informado o Cartão Nacional do SUS, nome do paciente, Hospital, cidade, fármaco e esquema medicamento.
Atualmente o fármaco que está em falta é imatinibe-400mg e ainda não temos previsão de reabastecimento do MS, o fármaco nilotinibe-200mg não está em falta.”
Confira os estoques de Mesilato de Imatinibe na Farmácia Medicom e na Distribuidora Cristal.
FONTES:
https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2022/02/pacientes-com-leucemia-sofrem-com-falta-de-medicamento-no-rio-grande-do-sul-ckzy4ug29002e017cd4kmq39l.html
https://g1.globo.com/google/amp/mg/minas-gerais/noticia/2022/01/19/pacientes-com-leucemia-sofrem-com-falta-de-medicamento-ha-mais-de-um-mes-em-belo-horizonte.ghtml