O INCA participa do movimento desde 2010, promove eventos técnicos, debates e apresentações sobre o tema, assim como produz materiais e outros recursos educativos para disseminar informações sobre prevenção e detecção precoce da doença.
Campanha Outubro Rosa 2018
Em 2018, a campanha do INCA no Outubro Rosa tem como tema “Câncer de mama: vamos falar sobre isso?”. O objetivo é fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para o rastreamento e o diagnóstico precoce do câncer de mama e desmistificar conceitos em relação à doença. A campanha:
enfatiza a importância de a mulher conhecer suas mamas e ficar atenta às alterações suspeitas;
informa que para mulheres de 50 a 69 anos é recomendada a realização de uma mamografia de rastreamento a cada dois anos;
mostra a diferença entre mamografia de rastreamento e diagnóstica;
esclarece os benefícios e malefícios da mamografia de rastreamento;
informa que o Sistema Único de Saúde (SUS) garante a oferta gratuita de exame de mamografia para as mulheres brasileiras em todas as faixas etárias.
Desfile das Poderosas reúne pacientes com câncer de mama em Porto Alegre
Ação integra a programação do Outubro Rosa da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
Quando ingressou no Centro Histórico-Cultural Santa Casa, em Porto Alegre, na tarde de ontem, a pedagoga Neiva Chaves, 45 anos, permitiu-se esquecer pelos minutos seguintes a sessão de radioterapia prevista para o final do mesmo dia. Sobre o tapete vermelho estendido ao redor do público presente — amigos, familiares e funcionários do Hospital Santa Rita —, Neiva não poupou sorrisos de alegria: era a hora de mostrar a força que até semanas atrás nem ela mesma imaginava ter. Em tratamento contra um câncer na mama esquerda desde março deste ano, Neiva foi uma das nove mulheres participantes do Desfile das Poderosas Contra o Câncer de Mama, promovido pela Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre em parceria com o Instituto Lojas Renner e a Unisinos.
Esta foi a primeira vez que as três instituições se uniram com o objetivo de empoderar as pacientes em tratamento oncológico para dar igualdade de oportunidades a elas. Durante uma semana em setembro, Neiva e as outras oito colegas participaram de oficinas de moda e de customização com estudantes do curso de Moda da Unisinos e de palestras sobre embelezamento. Nas aulas, opinaram sobre os dois modelos a serem usados no dia do desfile. As sugestões serviram para os alunos customizarem as roupas doadas pelo Instituto Renner.
— Participar destas atividades tem sido um diferencial para o meu tratamento. Passei a me aceitar mais e a voltar a me amar — comentou Neiva.
A auxiliar de cobrança Tainara de Araújo, 34 anos, de Igrejinha, descobriu um dom até então desconhecido: ela mesma ajudou a transformar as peças e a costurá-las. A calça social virou uma pantacourt e a blusa ganhou novo corte e um laço, feito com os restos da calça. Entusiasmada com as próprias ideias, Tainara já pensa em criar novas peças.
— Estava me sentindo muito fragilizada antes do projeto. Este momento, que pode parecer pouco para outras pessoas, para nós é muito importante porque nos mostra que somos especiais. Vou levar este dia para sempre comigo e vai me ajudar a me manter positiva quando fizer a reconstrução da minha mama, em novembro. É uma nova fase, com novos desafios — afirmou, confiante.
Segundo a gerente de projetos e captação da Santa Casa, Rosana Gil Peres, os looks foram adequados às necessidades de cada participante. Elas também posaram para fotografias que serão expostas no Hospital Santa Rita, dentro do Complexo. As mulheres foram presenteadas com os dois modelos e as fotos. Rosana destaca que o evento é uma proposta para ajudá-las no resgate da autoestima:
— Queremos mostrar a elas a própria força, do que são capazes para se sentirem valorizadas, estimuladas e ainda mais bonitas.
Na fila em frente à passarela, a estudante de Moda Rita de Cássia Rohers, 20 anos, de Canoas, não conseguiu conter as lágrimas ao ver a avó, Maria Luci Rohers, 71, desfilando pela primeira vez na vida.
— Foi muito bom vê-la sorrindo novamente. Isso não tem preço — confidenciou a neta.
— Voltei a me sentir muito bem. É preciso ter fé e esperança para voltar a ficar sadia, e eu tenho — garantiu a estreante, que ganhou os aplausos mais intensos da tarde.
Convidada para participar das atividades enquanto fazia uma sessão de quimioterapia, a confeiteira Daiane Maia, 34 anos, em tratamento desde maio deste ano, só aceitou depois de uma semana de insistência. Temia mostrar ao público a falta recente de cabelos. Para o desfile, optou pelo uso de turbantes e lenços diferentes. Na passagem inicial, desfilou cabisbaixa até ouvir os aplausos de quem a incentivava. No segundo look, mostrou mais confiança e sorriu. A surpresa veio no encerramento. De mãos dadas com as outras mulheres, Daiane havia tirado a proteção da cabeça.
— Meu caso é ainda muito recente, e eu vivia absorvida pela doença. Estar aqui me ajudou a conhecer outras mulheres lutadoras, enfrentando o mesmo problema. Já me sinto mais forte e confiante — resumiu, emocionada.