Jogar remédios na pia, no vaso sanitário ou na lata de lixo traz riscos à saúde e prejudica o meio ambiente
É comum encontrar pessoas que descartam analgésicos, antibióticos, anti-inflamatórios e outros medicamentos na pia, no vaso sanitário ou na lata de lixo. No entanto, esses procedimentos estão errados porque colocam em risco a saúde das pessoas que entrarão em contato com os produtos e prejudicam o meio ambiente.
De acordo com o farmacêutico Javier Salvador Gamarra, coordenador do Grupo de Trabalho sobre Medicamentos do Paraná e membro do Conselho Regional de Farmácia (CRF-PR), todas as embalagens vazias de remédios — como cartelas, potes e bisnagas — devem ser destinadas a pontos de coleta localizados em farmácias e alguns postos de saúde.
Nesses locais, os materiais são separados e encaminhados até uma empresa ambientalmente licenciada que fará a incineração dos medicamentos. Além disso, as cinzas são levadas para aterros especiais a fim de evitar impactos negativos ao solo e à água.
“Foi comprovado que esses produtos são poluentes ambientais, trazem efeitos perigosos ao ecossistema e contaminam a vida aquática”, afirma Gamarra.
Além dos danos ao meio ambiente, o descarte incorreto de medicamentos pode causar intoxicação acidental de adultos e crianças, e isso foi fundamental para que a artesã Elisabete Gonçalves Sena, de 51 anos, se conscientizasse a respeito do tema.
“Tenho uma filha de dois anos e tomo muito cuidado para que ela não entre em contato com esses remédios ou acabe tomando, por engano, algum que esteja vencido”.
Para isso, a moradora de Contenda, na região metropolitana de Curitiba, verifica com frequência a “farmácia” que tem em casa e encaminha a um ponto de coleta todos os itens que não usa mais ou que que estejam fora do prazo de validade. “E não lavo os frascos vazios dos remédios para não contaminar o lençol freático”, comenta.
A atitude, segundo Gamarra, auxilia o meio ambiente e ainda protege a família de Elisabete. “Quando você verifica os remédios naquela famosa ‘caixa de papelão’ dentro da gaveta, você evita a ingestão de algum que tenha passado do prazo de validade”. Isso é importante porque os remédios vencidos não possuem garantia e ainda podem trazer riscos à saúde.
“A orientação, então, é não usar remédios após a data de vencimento, não emprestar e nem doar porque eles podem ter sido armazenados incorretamente e trarão sintomas como dor de cabeça e problemas digestivos”.
Posso reciclar as caixas?
As embalagens de papelão e as bulas que não tiveram contato direto com os medicamentos podem ser descartados na reciclagem comum. Já as cartelas metálicas de comprimidos, frascos e bisnagas devem ser colocados em uma sacola plástica e entregues nos pontos de coleta. A lista de estabelecimentos que oferecem o serviço pode ser consultada na plataforma de reciclagem e-cycle.
Vale ressaltar que o descarte de medicamentos injetáveis, como a insulina, é diferente. As seringas e agulhas usadas devem ser guardadas em um pote com paredes rígidas e levadas até uma unidade de saúde, de onde serão encaminhadas à incineração.
Algumas dessas unidades também recebem as demais embalagens e medicamentos vencidos, mas é necessário entrar em contato com cada local para confirmar.
Em Curitiba, por exemplo, os postos de saúde Ouvidor Pardinho, Bairro Alto e Concórdia realizam a coleta. Além disso, um caminhão passa mensalmente pelos terminais da capital paranaense recolhendo resíduos tóxicos como remédios, pilhas, baterias, solventes, lâmpadas fluorescentes e equipamentos eletrônicos.”
Fonte: Gazeta do povo
conheça nosso site: https://www.medi.com.br/