Casos de moderados a graves fazem brasileiros faltarem no trabalho cerca de 21 dias por ano
Pacientes adultos com dermatite atópica moderada a grave cuja doença não é adequadamente controlada com tratamentos tópicos ou quando estes tratamentos não são aconselhados passam a contar agora com uma nova opção de tratamento da doença. Com comercialização no Brasil pela Sanofi, Dupixent® (dupilumabe) inaugura uma nova geração de tratamentos biológicos para a dermatite atópica.
A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica com sintomas frequentemente aparentes como lesões na pele. Os casos moderados a graves da doença são caracterizados por erupções cutâneas que geralmente cobrem grande parte do corpo e podem incluir coceira intensa e persistente e ressecamento da pele, rachaduras, vermelhidão, crostas e formação de líquido. A coceira é um dos sintomas mais incômodos para os pacientes e pode ser debilitante. Além disso, nos casos moderados a graves, a doença impacta aspectos da qualidade de vida dos pacientes, como sono, ansiedade e depressão.
Dupixent® é um anticorpo monoclonal humano desenvolvido especificamente para inibir a sinalização excessiva de duas proteínas-chave, IL-4 e IL-13, que são consideradas as principais causas da inflamação subjacente persistente na dermatite atópica. O medicamento é administrado por meio de injeção subcutânea; pode ser aplicado pelo próprio paciente seguindo as orientações do médico e da bula do produto; e também pode ser usado com ou sem uso concomitante de corticoides.
Pesquisa: pacientes com dermatite atópica moderada a grave perdem até um mês de trabalho no ano por conta da dermatite atópica
Pacientes com dermatite atópica moderada a grave faltam no trabalho cerca de 21 dias por ano devido aos sintomas da doença, contabilizando um mês de trabalho. Esse é um dos achados de uma pesquisa inédita realizada entre os dias 23 de julho e 16 de agosto de 2018 pelo Instituto Ipsos com 199 pacientes com dermatite atópica moderada a grave em 11 cidades brasileiras (Manaus, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Goiânia), com erro amostral de 6,9 p.p. O levantamento foi feito a pedido da Sanofi em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) e com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Um número que chama a atenção é a quantidade de dias que os pacientes são impactados pelos sintomas da dermatite atópica: por 90 dias ao ano, em média, o que equivale a um quarto do período. Ainda de acordo com o estudo, 100% dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave tiveram uma crise nos últimos cinco anos e 24% têm crises mensais decorrentes da doença, sendo a coceira o sintoma que mais incomoda.
O estudo indica, ainda, que 6% dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave já precisaram ser internados por conta da doença. Ainda de acordo com o levantamento, as internações levam, em média, nove dias e em 33% dos casos o motivo da internação é a presença de quadro infeccioso.
No caso das internações, 50% dos casos foram pagos por convênio médico dos pacientes. Já as internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) representaram 42% dos casos, enquanto o índice de internações particulares foi de 8%.
Outro dado alarmante é que, de acordo com o levantamento, 35% dos pacientes com dermatite atópica já sofreram algum tipo de preconceito. A discriminação ocorre em ambientes variados, como no transporte coletivo (49%), no local de trabalho (44%) e em escolas ou faculdades (34%). Cerca de 12% dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave já perderam a vontade de viver em decorrência da doença, o equivalente a um em cada 10 entrevistados.
Sobre o tratamento, a pesquisa revelou que uma a cada sete pessoas usa corticoides por cerca de um ano ou mais. Mesmo assim 52% dos entrevistados não costumam acompanhar a dermatite atópica com um especialista. Já em relação ao uso de imunossupressores, a pesquisa mostrou que 11% dos entrevistados fazem uso deste tipo de medicamento atualmente.
Fonte: Guia da Farmácia