O número de casos de dengue no Brasil cresceu 43,9% nos primeiros meses de 2022, segundo o Ministério da Saúde. Embora a transmissão de doenças pelo Aedes aegypti ganhe impulso no período do verão, devido à combinação de calor e chuvas, a prevenção à proliferação do mosquito deve ser realizada durante o ano todo, segundo especialistas.
No Rio Grande do Sul, o número de casos confirmados de dengue é de 2.567. Conforme divulgado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), no último dia 22 de março, até o dia 19 eram 1.715 casos confirmados, o que já consistia no maior número dos últimos dez anos, na comparação com o recorte de janeiro até meados de março. Nos últimos dez dias, o aumento de casos no Rio Grande do Sul foi de 49,6%. Foi confirmada uma morte por dengue, em Chapada, e seis outros óbitos estão em investigação por dengue. Um alerta epidemiológico foi emitido pela Secretaria Estadual de Saúde no final da semana passada.
Já em Porto Alegre, os primeiros 3 meses de 2022 superaram todo o ano de 2019, que teve 462 casos confirmados ao longo dos seus 12 meses. Com 483 casos confirmados de dengue, Porto Alegre atingiu o maior número da sua história de infectados, ultrapassando o limite superior e a média de casos no cenário não epidêmico.
A combinação de fatores entre um relaxamento nos cuidados e a maiores presença do mosquito Aedes Aegypti contribui para o quadro alarmante. “As pessoas relaxaram nos cuidados muito em questão do Covid-19. Agora precisamos retomar o estado de alerta para a dengue”, afirma Coordenador da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter. O problema é grande, mas sua origem está nas minúsculas larvas do mosquito principalmente em pequenos recipientes. Latas, garrafas, baldes e pratos de planta são criadouros e, por vezes, passam batido pelos moradores. “Precisamos treinar o olho das pessoas”, diz.
Sintomas da Dengue
Os ovos do Aedes aegypti podem permanecer em ambientes secos por mais de um ano. Quando entram em contato com a água, dão continuidade ao ciclo de vida do mosquito que inclui as fases de larva, pupa e adulto, quando ele é capaz de voar e transmitir os vírus da dengue, Zika e chikungunya.
A doença pode apresentar sintomas semelhantes aos quadros clínicos da Covid-19. São sintomas bastante amplos, como:
- febre alta;
- dores nas articulações;
- dor de cabeça;
- náuseas e vômitos.
Lembrando que pode existir uma dengue de manifestação clínica mais simples e, por sorte, isso acaba sendo maioria, mas existem casos complicados, como por exemplo de dengue hemorrágica.
Dengue, Zika e chikungunya: medidas de prevenção
Do ovo à fase adulta, o ciclo de desenvolvimento do Aedes aegypti leva de sete a dez dias. Por isso, a intervenção semanal pode interromper esse processo e diminuir significativamente a incidência das doenças.
“Cada fêmea pode colocar até 1.500 ovos, por isso é importante olhar a casa com ‘olhos de mosquito’, procurando todo e qualquer local que acumule água e possa ser usado para reprodução do vetor”, afirma Denise Valle, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Qualquer recipiente que permita o acúmulo de água parada pode se tornar um foco em potencial para a reprodução do Aedes aegypti. Pneus, vasos de planta, caixa d’água, bandeja da geladeira, calhas, galões, baldes, garrafas e entulho estão entre os principais criadouros do mosquito.
“Quanto maior a quantidade de mosquitos, maiores são as chances de transmissão desses vírus. Todos os anos reforçamos a mensagem de que a fêmea do Aedes espalha seus ovos por diversos locais. Não podemos nos tranquilizar e encerrar a verificação se no primeiro ambiente já forem encontrados ovos ou larvas. Na verdade, devemos ficar ainda mais alertas e procurar mais atentamente em locais próximos, pois certamente haverá outros criadouros”, afirma Denise.
Para facilitar a rotina de verificação semanal dos principais focos do mosquito, pesquisadores da Fiocruz desenvolveram uma cartilha chamada “10 minutos contra o Aedes”. O material disponível online destaca os pontos que precisam de atenção nas residências que podem ser marcados após cada vistoria. Você pode baixar essa cartilha clicando aqui.
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Adaptado de:
https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/geral/porto-alegre-bate-recorde-de-casos-de-dengue-1.796035
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/cuidados-basicos-ajudam-a-prevenir-dengue-zika-e-chikungunya/